quarta-feira, dezembro 21, 2005

I could get where i was going if only my mind weren't in the way


Já perdi a conta às vezes que inicio estas pequenas divagações sobre o meu estado de espírito sem que daí nenhum resultado advenha. Por cada vez que começo, a minha hiperactividade cerebral, dificulta-me um resultado final justificável, por vezes penso até que a procura da perfeição é exagerada mas não consigo mudar esta forma de ser.
Não tendo de forma alguma o dom da escrita ou da palavra considerei esta, uma forma interessante de criar certos hábitos que me permitissem cada vez mais desenvolver esta necessidade.
As pessoas continuam hoje em dia a ser movidas pelos interesses e formas de estar antiquadas. É inegável que o fato e a gravata ainda suportam muito peso e impõe muito respeito nesta nossa sociedade chamada de moderna e desenvolvida. O simples facto de escolhermos andar vestidos sem essa formalidade implica logo uma diminuição de respeito perante muitos elementos desta sociedade. A minha mãe sempre me disse “agora que tens um bom emprego podias vestir um fatinho e uma gravata”. Tenho de lhe dar razão embora, na minha visão, a modernização da sociedade abrangia a modernização das mentalidades.
A escolha em ser designer de facto reflecte um pouco o que é a minha personalidade. As linhas de orientação desta disciplina no fundo são abrangentes, não tem limite, dou-me por vezes ao luxo de poder comentar ou opinar sobre quase tudo sem tirar a vez aos “especialistas”. Não posso dizer que seja um extraordinário designer pois a minha intenção nunca foi a de me destacar nesse meio. Apenas fiz uma escolha no sentido de poder aplicar a minha multiplicidade de conhecimentos adquiridos ao longo de vários anos em dezenas de pequenos trabalhos que me foram aparecendo por aí.
Entrei decerto numa das piores fases da minha carreira profissional daí o título deste pequeno desabafo. Esta tempestade que se instalou e que tem ensombrado a minha orientação tem comprometido em larga escala as minhas funções. O facto de ter trabalhado todos estes anos sozinho esgotou a minha fluidez de pensamento. Ao apresentar-me como “licenciado em design” colocaram-me em lugar de destaque perante outros, capaz, isolando-me para tomar decisões e as orientações que julgava necessárias, não percebendo ser necessário para o design se desenvolver um grupo de trabalho de vários quadrantes para atingir um melhor resultado. A multiplicidade de ideias e de experiências é que tornam esta disciplina numa forma singular de atingir resultados. Enfim, espero que depois da tempestade venha a bonança, para poder dar novamente o meu contributo.

A todos um grande Bem Haja e os votos de um Santo Natal e um magnífico ano de 2006 recheado de alegrias e de concretizações pessoais.

3 comentários:

Unknown disse...

Como te compreendo!!!!
Melhores dias virão para todos tenho a certeza absoluta!!!!
Umas santas festas para todos nós...que para o ano,nós que nos inspiramos na vida e no corre corre dos dias, teremos ainda mais motivos de inspiração!
tenho a certeza que a vida profissional só vai ganhar com os rebentos que nos esperam...
Vida gera vida, se houver criatividade então essa vida é ainda mias vivida.
Beijo grande aos dois...bela reflexão, tenho mesmo problema que tu mas em vez da gravata imagina o tradicional fato ou calça clássica....não tiro as botas baixas e desocontraídas há um mês

Anónimo disse...

Realmente a vida tráz-nos destas coisas, não conseguimos ir onde queremos porque nós próprios não deixamos.
Foi uma surpresa pra mim ver-te escrever assim. Na verdade, estou boqueaberta... mais uma vez escondeste tão bem atrás da tua faceta de timido e introvertido que não se dá a conhecer que foram precisos tantos anos pra descobrir que o meu brother tinha alma de escritor.
Um conselho, não vistas o facto e a gravata por uma questão social, veste sim quando te apetecer, quando a tua alma estiver disposta a vestir-se de fato e gravata. Ninguém precisa da aprovação dos que estão de fora...só da nossa família. Por isso, faz o que quiseres desde que a tua mente não te impeça de o fazeres.
Adoro-te Pi!

Anónimo disse...

Qualquer ser “pensante” sente momentos de “desinspiração” e insegurança…sobretudo quando impõe a si próprio limites cada vez mais altos. Isso só reflecte inteligência, vontade de evoluir e não fraqueza…
De certeza que não é com a imagem que se ultrapassam esses sentimentos, mas com a atitude e pelo que conheço de ti atitude não te falta
Ignora a pequenez de quem vive agarrado à imagem…à futilidade ao supérfluo…. No limite, à beira do vazio, compreende-se o mais importante: só voa quem se atreve a fazê-lo….acho que tens essa capacidade e de certeza que para isso não precisas de recorrer a qualquer “tipo” de fato.

Beijos e 1 bom Natal

susana